domingo, 18 de dezembro de 2011

Filhos do crack e lucros fantásticos


Alceu A. Sperança

Há quem tenha pesadelos com dívidas. Outros, com filhos sequestrados
ou pais morrendo lentamente com a
poluição ambiental. Meus pesadelos
são com um tal de Jeffrey Immelt, mandachuva da General Electric.
Ele declarou, no estouro da crise,
que já passou o tempo em que roceiros se transformavam em industriais
e depois migravam para a área de serviços, enriquecendo a cada transforma-
ção de lagarta em borboleta.
Do alto de seu conhecimento como
um dos mais importantes fazedores de
grana dos tempos modernos, assim ele
põe abaixo qualquer sonho que possamos ter de enriquecer dando duro.
Não haverá mais meninos nascidos em
lares pobres no Rio Grande
do Sul que, ao migrarem
com a família ao Paraná, vão
trabalhar de caminhoneiros,
balconistas de loja ou entregadores de leite em sítio e
a par tir daí fazer for tuna.
Um incrível menino paranaense engraxava sapatos e acabou proprietário de uma linha
de transportes transcontinental e uma grande universidade, repleta de doutores, mas
seu modelo de self-made man
já saiu da linha de montagem,
a valer a assustadora conclusão de Mr. Immelt.
Os meninos que vierem
agora não poderão mais ser
fazendeiros que se tornarão industriais e
depois terão uma cadeia de lojas. Se trabalharem muito, não conseguirão um diploma. Se estudarem para se especializar,
não encontrarão ocupação compatível com
o diploma conquistado.
Com o capital ganancioso do hemisfério Nor te adquirindo negócios aqui,
incorporando desde o mercadinho do
bairro até a loja de depar tamentos no
centro da cidade, o que esses meninos poderão aspirar?
Nada além de um curso que lhes permita se submeter às ordens dos estrangeiros que chegam para comandar as
áreas privatizadas e as empresas incorporadas às suas grandes redes.
Meninos nor te-americanos sonham
em ter uma grande ideia, abrir uma empresa com ela e depois que a coisa estiver bombando na Nasdaq, vendê-la a
uma grande corporação. Mr. Gates compra qualquer  gadget maluco com qualquer coisinha diferente, porque essa coisinha logo poderá fazer a diferença.
Os pesadelos com Mr. Immelt pioram numa interrogação: que futuro terão os garotos que vierem agora da
Metade Sul gaúcha ou estejam nascendo aqui mesmo, em alguma das
nossas maternidades?
Ao nascer, que lindo, ganham uma
ár vore com seu nome. Essa ár vore terá
mais chances que o moleque de sobreviver ao pós-par to. Afinal, crianças
não são cor tadas em parques ambientais nem asfixiadas como as nascentes do Parque Gorski (não confundir
com o Parque Gorki de Moscou!).
A poluição aérea e a subnutrição das
mães ameaçam mais a vida das crian-
ças que o prefeito ameaça a sobrevivência das ár vores e das
nascentes.
As crianças nascidas no
final do milênio passado já
não tiveram a opor tunidade
de ser roceiros que viram
fazendeiros, que viram industriais, que viram donos
de cadeia de lojas.
Mas são sérios candidatos a uma vaga na clínica a
ser aber ta para viciados em
crack. Vão trabalhar em subempregos até o coração fazer bico para comprar um carro e se arrebentar num acidente ou adoecer precocemente numa cidade impermeabilizada pelo concreto.
Igrejas caça-níqueis prometem riqueza
e paraíso em troca de dízimos. O governo
arrecada impostos massacrantes sob a
promessa de paraíso e riqueza. Combinando as duas coisas, temos um cidadão que paga impostos religiosamente.
Os pesadelos só pioram. Mr. Immelt,
cuja empresa faturou 42% a mais no Brasil no último ano, conversou recentemente com dona Dilma e declarou: “Ficaria
desapontado se não dobrássemos os
negócios a cada dois ou três anos”.
Como ele agora botou o olho nos aeropor tos brasileiros, está na cara que não vai
ficar desapontado. O negócio é fabuloso. O
sonho das transnacionais é dobrar os lucros, nosso pesadelo é dobrar as dívidas.
Que os ventos mudem, levando embora essa poluição/pesadelo, e os recém-nascidos cresçam saudavelmente
junto às ár vores com seus nomes.

Alceu A. Sperança é escritor -
alceusperanca@ig.com.br




quarta-feira, 30 de novembro de 2011

ÚLTIMO DIA DE VACINAÇÃO DE REBANHOS


-Apenas 655 mil dos
1,020 milhão de bovinos e bubalinos da região Oeste haviam sido vacinados contra a aftosa até o início desta semana.
A campanha se encerra hoje com
o desafio de imunizar 100% dos
rebanhos. Segundo a médica
veterinária do Núcleo Regional
da Seab em Cascavel, Luciana
Regina Riboldi, ontem o movimento foi intenso nas casas e
lojas veterinárias. Nelas, os produtores deveriam necessariamente confirmar a imunização.
Quem não vacinar e não confirmar à Seab está sujeito ao
pagamento de multa no valor
de R$ 96 por cabeça. A partir
de amanhã, a venda das vacinas fica proibida e ela só pode
ser adquirida com autorização
da Seab. No Núcleo Regional
de Toledo, o veterinário Márcio Eidi Ogasawara conta que
aproximadamente 221 mil animais haviam sido imunizados.
“Nossa meta é vacinar 390 mil,
caso isso não ocorra vamos
entrar em contato com quem
não imunizou e nos próximos
dias iniciamos a fiscalizaçãonas propriedades”.
Isso também deve ocorrer
nos 28 municípios da Regional de Cascavel. Luciana reforça que caso não sejam confirmadas as vacinações dos
630 mil animais dos 28 municípios, as vistorias em propriedades iniciam na metade da
próxima semana. Além da
multa aplicada, o pecuarista
terá que fazer a vacinação de
seu rebanho que será assistida
pelos técnicos da Secretaria.

JULIET MANFRIN - O Paraná

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Catanduvas (PR) terá memorial da Revolução de 24

O projeto do Memorial da Revolução de 1924 em Catanduvas (PR) será prioritário dentro da secretaria de Estado da Cultura.

O pedido do governador Roberto Requião foi feito durante a Escola de Governo.

O tema compôs a pauta da reunião, em Curitiba e esteve a cargo da secretária Vera Mussi que destacou que “o Paraná tem história”.

“Uma história bonita que este governo está recuperando e mostrando aos paranaenses”, disse.

Requião lembrou que a idéia da construção do Memorial surgiu no ano passado, durante a cavalgada que realizou em Catanduvas, a convite do deputado estadual Nereu Moura (PMDB), oportunidade em que a comitiva passou por locais percorridos pelos revolucionários, inclusive dois cemitérios.

A partir daí, o governo constituiu uma comissão com a presença do Exército, Polícia Militar e Unioeste para a revitalização da memória destes acontecimentos.

Este projeto é um antigo sonho de Nereu Moura que quer ver recuperada parte da história do nosso país que teve desfecho em Catanduvas, na região Oeste do Paraná.

“A Revolução Tenentista é o epicentro da Revolução de 30 que levou Getúlio Vargas à presidência do Brasil”, lembrou ele, ao destacar a importância política deste fato.

O prefeito Aldoir Bernart presente na Escola de Governo, agradeceu ao governador Roberto Requião e ao deputado Nereu Moura pelo projeto do Memorial, “uma importante obra que resgata a história que aconteceu nos caminhos do Paraná, especificamente em Catanduvas”.

Bernart disse “que além do ganho cultural que é inestimável, o município vai ganhar economicamente com o incremento do turismo”.

Esta mesma idéia é compartilhada por Nereu Moura que acredita que Catanduvas vai passar a fazer parte dos roteiros turísticos ecológicos e históricos do Paraná.

“Esta indústria sem chaminés a ser instalada, será responsável por uma nova fase no desenvolvimento econômico do município”, destacou o deputado.

Na próxima reunião da Escola de Governo, dia 24, o tema Revolução Tenentista será novamente abordado pelo professor Aymoré Índio do Brasil Arantes e pelo jornalista e historiador Adelar Paganini.

O arquiteto Edinei Fraga fará a exposição do projeto do Memorial.

A revolução tenentista teve início no dia 05 de julho de 1924 em São Paulo, após ser combatida pelo governo de Arthur Bernardes,os revoltosos retiram-se para o Estado do Mato Grosso e posteriormente tomaram Guaira e Foz do Iguaçu no Paraná.

A intenção dos “tenentes” era chegar à capital paranaense via estrada estratégica que, posteriormente, tornou-se a BR 277, nesse ínterim aguardavam a chegada de Luis Carlos Prestes que vinha do Rio Grande do Sul.

Por sua parte o governo federal organizou o Exército e as polícias estaduais com intuito de combater os revoltosos que se encontravam na localidade de Catanduvas e haviam se apoderado da estação telegráfica local.

Os combates foram intensos duraram seis meses e, em março de 19240, Marechal Candido Rondon à frente de 17 generais e 15 mil soldados fizeram o ataque final tomando Catanduvas e fazendo 407 cativos.

Luis Carlos Prestes chegou atrasado ao Paraná e não pode ajudar na contenda de Catanduvas, após o revés os revoltosos que conseguiram escapar do cerco à Catanduvas se organizaram em Foz do Iguaçu e cruzaram o Paraguai entrando novamente no Estado do Mato Grosso criando a Coluna Prestes que ficou conhecida na história como a maior marcha de combate do mundo percorrendo mais de 25.000 quilômetros em dois anos, vindo depor armas somente em 1927, na Bolívia

sábado, 17 de setembro de 2011

SOJA NO OESTE

Segundo Deral, área cultivada e estimativa de produção são menores que anterior

Cascavel - Com o encerramento do período de vazio sanitário quinta-feira, os produtores rurais do Oeste preparam a terra para o plantio da
soja. Em toda a região serão
destinados para a cultura na
s a f r a v e r ã o 2 0 1 1 / 2 0 1 2 ,
946.250 hectares, com uma
estimativa inicial de produção
de 3.102.400 de toneladas e
uma média de quase 133 sacas por alqueire.
Estes números correspondem aos 48 municípios assistidos pelos núcleos regionais
da Seab (Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento) de Cascavel e Toledo.
Tanto área cultivada quando estimativa de produção serão menores nesse ciclo. Comparadas ao ano passado, as
lavouras com a oleaginosa devem reduzir 1% e a produção
será 6% menor. O motivo, explica o técnico administrador
do Deral (Departamento de
Economia Rural) de Cascavel
José Pértile, está na migração
do cultivo da soja para o milho e os fatores climáticos bastante favoráveis na última safra. “Ano passado nossa estiCorreios
Hoje os funcionários dos Correios pretendem fazer uma
passeata no Centro de Cascavel. A par tir das 9h eles estarão em frente à Catedral Nossa Senhora Aparecida para
protestar no quar to dia de greve aderida por 80% da categoria na cidade. Faixas serão
usadas pelos manifestantes
para demonstrar a população
os motivos da greve.
Em função da greve, aumentou
o movimento por correspondências na Central de Distribuição
dos Correios, na Rua Maranhão, em Cascavel. Conforme
o sindicato da categoria, em
Cascavel as consequências da
greve aumentam a cada dia.
Carta de Cascavel
Os mais de 700 congressistas que estiveram reunidos
em Cascavel desde quarta até
ontem para o 17º Congresso
Estadual de Secretarias Municipais de Saúde do Paraná
aprovaram no fim do evento
um documento que chamaram
de Car ta de Cascavel. Nela
constam inúmeras reivindica-
ções aos governos do Estado
e federal. No documento, as
principais reivindicações pedem mais investimentos, capacitações, contratações e
atenção aos ser viços básicos
no atendimento.
Custo dos impostos
Conselho Jovem, Sescap, Sincovel, Sicoob, Obser vatório
Social, Câmara Júnior Internacional, Conjove-Paraná, Fipal,
Fiep, Amic, Conaje e Receita
Estadual são parceiros em um
evento agendado para este
sábado em Cascavel. É o Feirão do Imposto, que será realizado das 9h às 14h, no Calçadão da Avenida Brasil, em
frente à Catedral Nossa Senhora Aparecida. Trinta ar tigos
de consumo diário, como alimentação e bebidas, roupas,
calçados e até um veículo zero
quilômetro, são apresentados
com seu preço de mercado e
quanto dele são tributos.
DE OLHO NO ZONEAMENTO
Para evitar perdas é impor tante que o produtor esteja atento
ao zoneamento agrícola. O plantio na região deve ser intensificado a par tir do dia 20 deste mês com as variedades superprecoces e se encerrar no início de novembro.
Para os produtores que pretendem plantar o milho de inverno,
o mais indicado pelo Deral é que a semeadura ocorra ainda
neste mês. “No zoneamento também são obedecidos os fatores climáticos de cada município”, destacou o técnico José
Pér tile.
Nas unidades regionais e municipais da Seab, do Emater e
nas Secretarias Municipais de Agricultura são informados os
períodos ideais para o cultivo. (Juliet Manfrin)
mativa inicial de produção não
era maior porque a previsão
climática não era muito boa,
mas nada se cumpriu e na hora
da colheita fomos surpreendidos”, destacou.
O técnico considera que ainda é cedo para avaliações de
como deve se comportar o clima durante os próximos meses. Somente em outubro o
Deral poderá rever os dados
para a próxima safra.
EM CIFRAS
Se as estimativas iniciais da
safra de verão 2011/2012 do
Deral se mantiverem, serão
colhidas em 48 municípios do
Oeste 3.102.400 toneladas desoja. Isso representa 5,171
milhões de sacas.
Se considerados os preços
pagos pela commodity ontem,
cotada a R$ 43,60, o grão vai
render à região R$ 2,25 bilhões.

JULIET MANFRIN

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Decada de 60


Este helicóptero apareceu em Catanduvas la pelos anos de 1967/8 mais ou menos. Ele veio buscar um filho do Aquilino que trabalhava na Copel. Pela foto do seu Edebrando, da pra notar o quanto que mexeu com a curiosidade da pequena população, que aqui estava toda presente.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Hino do município de Catanduvas


Na planície radiosa opulenta
Que desvenda horizontes de luz.
Minha terra tão linda apresenta,
Seu perfil que me envolve e seduz

A bravura do braço pioneiro
Arrancado a cidade ao sertão,
Vibra ainda no povo altaneiro
Que liberta o progresso do chão

Refrão

Catanduvas, jardim virente
O teu solo é um amplo altar,
Onde a brava e boa gente
Todo dia vem rezar
Os rosários de sementes,
Pelas mãos a deslizar,
São as preces do presente
Que o porvir
Vai germinar

Quanto amor na ideal trajetória
Da madeira eclodindo feliz
Transformando-se em livros da história
Bela heróica do nosso país.

Verdes malas de um belo futuro
Florescendo num clima gentil,
Hão de dar no teu rumo seguro,
Brilhos novos ao sol do Brasil

Refrão

Catanduvas, jardim virente
O teu solo é um amplo altar,
Onde a brava e boa gente
Todo dia vem rezar
Os rosários de sementes,
Pelas mãos a deslizar,
São as preces do presente
Que o porvir
Vai germinar